Quando alguém adopta alguém, num plano afectivo, ou gosta dessa pessoa ou não gosta. Isto é, ou ama ou não ama e, se ama, deixa de ser adoptada para ser filha dela. Quando uma criança se sente adoptada, comporta-se em relação à família como uma prótese em relação ao corpo: sente-se em dívida, e o amor da relação é permanentemente contaminado de hipocrisia. Quando se sente filha, faça o que fizer, não a ameaçam com o abandono, simplesmente porque faz parte dos pais. Quando se sente adoptada, faz número na família, mas não faz parte dela. Quando se quer fazer de um filho uma criança adoptada, ter um filho é uma obra de caridade. Quando se quer fazer duma criança adoptada um filho, reconhecemo-nos nele, e toleramos melhor a nossa condição humana. Sobretudo porque ele será tudo aquilo que não fomos e fará o que deixámos por fazer.
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Descrição
Quando alguém adopta alguém, num plano afectivo, ou gosta dessa pessoa ou não gosta. Isto é, ou ama ou não ama e, se ama, deixa de ser adoptada para ser filha dela. Quando uma criança se sente adoptada, comporta-se em relação à família como uma prótese em relação ao corpo: sente-se em dívida, e o amor da relação é permanentemente contaminado de hipocrisia. Quando se sente filha, faça o que fizer, não a ameaçam com o abandono, simplesmente porque faz parte dos pais. Quando se sente adoptada, faz número na família, mas não faz parte dela. Quando se quer fazer de um filho uma criança adoptada, ter um filho é uma obra de caridade. Quando se quer fazer duma criança adoptada um filho, reconhecemo-nos nele, e toleramos melhor a nossa condição humana. Sobretudo porque ele será tudo aquilo que não fomos e fará o que deixámos por fazer.