Autores:
Maria Auxiliadora de A. C.Arantes
Flávio C. Ferraz
164 págs.
Ano: 2016
ISBN: 978-85-7137-388-4
Os autores dos trabalhos aqui publicados, convocados com a finalidade de contribuir para a compreensão “do que ainda nos é tão contemporâneo e doloroso”, desenvolvem suas intervenções seguindo vários eixos temáticos: verdade e farsa, memória e esquecimento, lei e estado de exceção, punição e impunidade. Procurando aprofundar o diálogo entre psicanálise e política, exploram as ligações possíveis entre o mito freudiano de uma proto-história de dominação e crueldade, que se repete nos períodos de opressão, e os importantes trabalhos sobre o estado de exceção, constituindo-se em paradigma do estado moderno. Desamparo, crueldade e onipotência despótica permitem situar a prevalência do traumático a partir da dessubjetivação produzida pelo terror de Estado. Mas eles explicam também por que, diante da imposição do silêncio, do encobrimento, do desmentido e do esquecimento, diante da claudicação do sentido induzida pelo poder civil-militar, torna-se possível contrapor a potência do acolhimento e da escuta sensível. Propõem, assim, a restituição da função simbólica da palavra, o trabalho da memória e a sustentação de um desafio: dizer o indizível, testemunhar, criar narrativas possíveis para vivências impossíveis de transmitir. Uma posição ética inerente à sua prática que se faz presente em seus trabalhos nas Comissões da Memória e da Verdade, nas Clínicas do Testemunho, em fóruns de denúncia e debate sobre os enclaves de exceção presentes na ordem jurídica atual – que perpetuam a impunidade e dão sustento à permanência da violência.
O que a psicanálise tem a dizer nos serve, então, não só para compreender o passado, mas para pensar também o presente e o futuro de nossa democracia.
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Autores:
Maria Auxiliadora de A. C.Arantes
Flávio C. Ferraz
164 págs.
Ano: 2016
ISBN: 978-85-7137-388-4
Os autores dos trabalhos aqui publicados, convocados com a finalidade de contribuir para a compreensão “do que ainda nos é tão contemporâneo e doloroso”, desenvolvem suas intervenções seguindo vários eixos temáticos: verdade e farsa, memória e esquecimento, lei e estado de exceção, punição e impunidade. Procurando aprofundar o diálogo entre psicanálise e política, exploram as ligações possíveis entre o mito freudiano de uma proto-história de dominação e crueldade, que se repete nos períodos de opressão, e os importantes trabalhos sobre o estado de exceção, constituindo-se em paradigma do estado moderno. Desamparo, crueldade e onipotência despótica permitem situar a prevalência do traumático a partir da dessubjetivação produzida pelo terror de Estado. Mas eles explicam também por que, diante da imposição do silêncio, do encobrimento, do desmentido e do esquecimento, diante da claudicação do sentido induzida pelo poder civil-militar, torna-se possível contrapor a potência do acolhimento e da escuta sensível. Propõem, assim, a restituição da função simbólica da palavra, o trabalho da memória e a sustentação de um desafio: dizer o indizível, testemunhar, criar narrativas possíveis para vivências impossíveis de transmitir. Uma posição ética inerente à sua prática que se faz presente em seus trabalhos nas Comissões da Memória e da Verdade, nas Clínicas do Testemunho, em fóruns de denúncia e debate sobre os enclaves de exceção presentes na ordem jurídica atual – que perpetuam a impunidade e dão sustento à permanência da violência.
O que a psicanálise tem a dizer nos serve, então, não só para compreender o passado, mas para pensar também o presente e o futuro de nossa democracia.
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