Corpo como um sujeito da psicanálise

Neste livro apresento o corpo como um sujeito da psicanálise, sujeito-corpo, responsável por um grupo específico de entidades clínicas estudadas no mesmo, que reúno sob a denominação de patologia autista. Tem por etiologia dois recursos filogenéticos voltados para preservação da vida do feto ou do recém-nascido diante do trauma com vivência de morte e para seu apaziguamento. O primeiro consiste na regressão somática com o retorno do funcionamento do organismo da vítima do trauma ao estado próximo da homeostase, semelhante ao que ocorre no estado de hibernação de animais e plantas. O segundo consiste na geração de experiências sensoriais, conforme Tustin (1990), usando os próprios elementos do corpo como a saliva, fezes, urina, dedos e outros em contato com as superfícies do corpo, pele e mucosas, como comprovou Piontelli (1997) em seus estudos de ultrassonografia fetal.