Esta obra é pioneira em apresentar uma coletânea de estudos de casos em neuropsicologia clínica, hospitalar e escolar. Foi idealizada durante os encontros do Grupo de Trabalho em Neuropsicologia na Associação Nacional de Pesquisadores em Psicologia (ANPEPP). Compreende-se que estudar um caso desde as primeiras queixas, desde as primeiras demandas das nossas fontes encaminhadoras até a entrega de um laudo e a promoção de uma sessão de devolução é a alma, o principal pilar da neuropsicologia raiz, cientificamente alicerçada. A demanda do profissional de neuropsicologia no Brasil em ter referências sobre o raciocínio clínico e científico de casos em atendimento e estudo é urgente.
São 17 capítulos, com o primeiro sendo uma breve revisão do que é um estudo de caso e de como ele deve ser feito, além do seu papel para a neuropsicologia na história e na prática cotidiana. Os 16 capítulos seguintes tratam de estudos de casos muito bem conduzidos, que são verdadeiras ilustrações de como planejar uma avaliação e do raciocínio de hipóteses propriamente dito, abordando 14 processos de avaliação neuropsicológica de bebês à idosos, englobando quadros neurodesenvolvimentais (Transtorno do Espectro Autista nível 1 de suporte e de nível 2 a 3, Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, Transtorno do Desenvolvimento Intelectual e dificuldades ou Transtornos Específicos de Aprendizagem), desenvolvimento típico, com transtornos psiquiátricos (Transtorno de Personalidade Borderline, Transtorno Bipolar, Transtorno Opositor-Desafiante) e quadros neurológicos (acidente vascular cerebral, traumatismo cranioencefálico, epilepsia e tumor cerebral). Todos os casos são relatos baseados em casos de atendimento em diferentes contextos de avaliação.
A partir destes 15 estudos de diferentes histórias de vida e perfis cognitivos e socioemocionais, esperamos contribuir como organizadores e autores para sua formação de um raciocínio profundo das primeiras perguntas a serem respondidas, à seleção de técnicas de observação, de entrevistas, de testes padronizados, de escalas e inventários e de tarefas clínicas e ecológicas, à interpretação qualitativa e quantitativa entre procedimentos, baseadas em modelos teóricos. O raciocínio diagnóstico, prognóstico e de base para a intervenção é a essência da neuropsicologia clínica.